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06/07/2009 - A CASA DA MÃE JOANA
Joana I, bela e inteligente, no século 14, rainha de Nápoles, era considerada protetora cultural de poetas e intelectuais. Casada com seu primo Andrew, irmão de Luís I, rei da Hungria, ficou viúva algum tempo depois ao assassinarem o marido em uma conspiração com a participação da própria Joana.
Enraivecido, o irmão da vítima invadiu Nápoles em 1348 perseguindo Joana, que fugiu para a localidade de Avignon, na França. Num palácio onde já haviam morado sete papas, ela se instalou e passou a interferir em tudo na cidade.
Resolveu até estabelecer regras para os bordéis de Avignon, determinando que cada prostíbulo teria uma porta por onde qualquer pessoa poderia entrar. A partir disso, cada bordel ficou conhecido como paço da mãe Joana, considerada a dona da cidade.
Nesta terra de palmeiras e sabiás, a palavra “paço” se transformou em termo mais popular, “casa”, passando a expressão a ser “casa da mãe Joana”. Respeitadas e reverenciadas todas as Joanas, avós, mães, filhas que honesta e dignamente vivem nestas plagas, o que vem a ser a “casa da mãe Joana”?
A maioria já sabe: lugar, ambiente onde impera a bagunça, desordem, o descontrole, no qual ninguém e todos mandam, num entra e sai constante, sem regras, medidas e normas. Esta poderia ser a alcunha da Casa Revisora do Congresso Nacional, pela situação hoje vigente.
Só neste ano, foram revelados os escândalos das farras das passagens, onde inclusive cotas de senadores falecidos eram utilizadas por familiares, amigos, conhecidos e outros. Depois, todos se assombraram com as quase duas centenas de diretorias, inclusive a de “check-in”.
Agora, o escancaramento dos 663 “atos secretos” que permitiram usurparem recursos públicos em favor de apaniguados e “parentes”, com ligação ou não com os parlamentares e, em especial, com o presidente da Casa. São quadrilhas, camarilhas e famílias tomando de assalto o Senado Federal. E o pior: a gente pagando tudo isto!
*Jornalista
Fonte: DC |