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25/03/2007 - O TREM MINISTERIAL
Finalmente, quase meio ano depois de sua eleição e três meses depois de sua posse para o segundo mandato, o presidente Lula tem o Ministério definido, anunciado e, em boa parte, empossado.
Trata-se de uma vasta colcha de retalhos partidária, que inclui, ao lado de petistas de primeira hora ou de aliados de longo prazo, um conjunto de representantes de partidos que embarcaram no trem presidencial no último vagão, em cima da hora.
Assim, o espectro do segundo governo tem nomes que já estiveram na Esplanada dos Ministérios em outros momentos e com outras orientações, desde os que trabalharam para os governos do período de exceção ou que serviram às administrações de Fernando Collor e FHC. Essa abertura, que não é necessariamente negativa, precisa, no entanto, provar a que veio.
O presidente da República, num período de aproximação com ex-adversários, mostra ter levado na devida conta as lições de seu primeiro mandato.
Por isso, estruturou uma equipe que tivesse condições de sustentar uma sólida base de apoio parlamentar, objetivo que parece ter conseguido, se se levar em conta a facilidade com que barrou a CPI do Apagão Aéreo na Câmara de Deputados. O desafio será transformar esse conjunto heterogêneo de ministros e de opções partidárias numa equipe eficiente, voltada para o árduo trabalho de devolver ao Brasil a capacidade de crescer, gerar riqueza e semear empregos.
Num momento crucial para as pretensões brasileiras no mundo, quando suas potencialidades apontam para uma nova safra de oportunidades, nosso país não pode desperdiçar mais essa chance histórica.
O novo governo Lula tem, por isso, inegáveis responsabilidades históricas a serem enfrentadas com competência e criatividade. O país espera que além da costura política e de seus efeitos, o novo governo tenha capacidade para essa resposta.
O papel de um governo não se esgota na montagem de uma coalizão. Ela é apenas uma garantia de que os pleitos governamentais terão trânsito facilitado no Congresso. Mesmo que esse apoio seja política e administrativamente importante - e que sem ele a governabilidade se torne difícil -, a tarefa de cada um dos ministros e do governo como um todo é a de enfrentar as complexas questões de um país rico com uma população pobre, de uma nação que ainda não deu uma resposta adequada para suas desigualdades sociais e de uma economia que tem imensas potencialidades que ainda não se transformaram numa alavanca para a igualdade e a justiça social, nem para alçar o país a seu devido lugar na comunidade mundial
Fonte: DC |