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13/04/2007 - BESC, REMUNERAÇÃO DE GASTOS...
previdenciários, liberação de recursos e transferência de pagamento de parte da dívida foram itens abordados na primeira audiência do governador com o presidente Lula.
A conversa de Brasília.
O tom da audiência que o governador Luiz Henrique da Silveira manteve ontem, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio da Silva reforça de forma substancial as informações existentes sobre o estado das finanças do Estado. Situação é tão delicada que o governador retomou o diálogo com a Presidência da República, interrompido há mais de dois anos e agravado nos últimos meses de 2006, em decorrência da campanha eleitoral.
O governador entregou no Palácio do Planalto documento reivindicando da União aporte de R$ 2,2 bilhões, dos quais, R$ 1 bilhão de investimentos estaduais em estradas federais que cortam o território catarinense. O documento confirma ainda a possibilidade de o governo atrasar o pagamento de servidores, por conta da asfixia das contas públicas, o que sugere que a situação é preocupante. Como, aliás, anteriormente já havia reconhecido o secretário da Fazenda, ao pedir redução de gastos das secretarias e o corte máximo de despesas.
A conversa entre os governantes manteve-se no plano administrativo, com a revisão de antigos pleitos de Santa Catarina, sistematicamente rejeitados ou não atendidos pela União. A questão do Besc, a remuneração de gastos previdenciários, a liberação de recursos, a transferência de pagamento de parte da dívida, entre outros, foram itens abordados na primeira audiência do governador com o presidente. Não há como não reconhecer que outras questões políticas travam o diálogo com a presidência, dificultando o eventual atendimento dos pleitos formalizados no documento entregue ontem pelo governador Luiz Henrique.
As dúvidas decorrem da postura oposicionista de segmentos do PT ao governo do Estado e da interlocução direta desses representantes do partido junto à presidência. Em razão desses obstáculos, permanecem difíceis de serem atendidos os pleitos administrativos, apesar do cenário de escassez de recursos no Tesouro do Estado. Como o PMDB dá sustentação política ao segundo mandato de Luiz Inácio, será por meio do partido que, eventualmente, o governador poderá obter respaldo e resposta aos pedidos encaminhados.
O governador terá de acionar seu partido, onde exerce influência expressiva nos mais altos escalões, para sensibilizar o governo federal a atender pelo menos parte das reivindicações formalizadas na audiência de ontem. De resto, fica a confirmação das advertências anteriores do secretário da Fazenda de que a situação financeira é preocupante. Como a reforma administrativa aprovada pela Assembléia na semana passada acabou reduzindo substancialmente os cortes propostos pelo governo, será preciso definir novas estratégias para economizar recursos e garantir o pagamento dos salários no prazo.
Fonte: A NOTÍCIA |