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30/05/2007 - ALCOOLISMO - DOENÇA QUE NÃO TEM CURA, MAS...
tem tratamento.
Palestras, seminários e atendimentos psicológicos são promovidos para incentivar o combate ao álcool na Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo, que começa dia 18.
Mário (o nome é fictício, porque o personagem pediu para não ser identificado), 56 anos, aposentado, casado e pai de dois filhos. Quem vê Mário tomando água de coco na praia depois de correr uma hora, todos os dias, não pode imaginar a destruição que a bebida quase causou na sua vida. Bebendo duas garrafas de cachaça por dia, o aposentado chegou ao fundo do poço há 18 anos. “Durante anos tive a falsa impressão de que o álcool ajudava. Fui internado várias vezes e só depois de ter uma convulsão e quase perder o emprego e a minha esposa vi que o álcool estava me vencendo. Comecei um tratamento sério em uma clínica, e com o apoio dos meus familiares me transformei em outra pessoa. Nunca mais bebi e sinto que não preciso, freqüento as reuniões dos Alcoólicos Anônimos e hoje me sinto curado”, comemora.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo é considerado uma doença. De acordo com pesquisas da Associação Brasileira de Psiquiatria, 11,2% da população do país é dependente de álcool e 5,2% dos brasileiros bebem no mínimo de 3 a 4 vezes por semana.
O alcoolismo significa uma dependência química e psicológica de bebidas alcoólicas. “O álcool etílico contido nas bebidas utilizadas pelo homem é o etanol, substância psicoativa que tem a capacidade de produzir alterações no funcionamento do sistema nervoso central, podendo modificar o comportamento das pessoas. Há relação entre a quantidade de álcool ingerida (alcoolemia: concentração de álcool no sangue) e o comportamento do indivíduo, mas essa relação pode ser influenciada por diversos fatores: idade, peso corporal, padrão anterior de uso do álcool, situação alimentar no momento da ingestão, tolerância individual e uso associado de outras drogas”, informa a psicóloga da CASSI-BA, Jacqueline Borges Gomes.
Quando os efeitos imediatos do álcool tornam-se mais intensos, caracteriza-se um caso de embriaguez, cujas peculiaridades essenciais são as mudanças de comportamento, que podem incluir agressividade, incapacidade de julgamento, euforia, depressão e outras manifestações de comprometimento social ou ocupacional do indivíduo. Alguns sinais fisiológicos característicos são: fala arrastada ou incompreensível, falta de coordenação motora, olhos e face avermelhados, depressão, perda de consciência e outros.
A intoxicação alcoólica freqüentemente resulta em distúrbios físicos, quedas e acidentes, levando às mais variadas formas de traumatismos. A longo prazo, o álcool atinge todos os órgãos, em especial o fígado, responsável pela destruição das substâncias tóxicas, ingeridas ou produzidas pelo corpo durante a digestão. O álcool pode causar gastrite, hepatite alcoólica, pancreatite e neurite. O uso sistemático do álcool pode ser danoso ao tecido do coração e elevar a pressão sangüínea, causando palpitações, falta de ar e dor no tórax. Grande parte dos acidentes de trânsito é decorrente de abuso de álcool.
Uma pessoa torna-se alcoólatra devido a um conjunto de fatores, incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais. Sabe-se que homens e mulheres têm quatro vezes mais probabilidade de ter problemas com álcool se seus pais foram alcoólatras.
“O alcoolismo deve ser investigado em todos os pacientes que procuram atendimento. Geralmente a dependência de álcool é negada pelo paciente, que não admite beber demais e tenta justificar seus comportamentos. A família não o vê como um doente e freqüentemente faz julgamentos morais, julgando-o um fraco”, alerta a psicóloga.
Tratamento
Não existe cura para o alcoolismo, como em qualquer outro caso de dependência química. O que existe é tratamento. Existem duas fases no atendimento aos alcoólatras, explica a psicóloga Jacqueline Borges: a de desintoxicação e a de recuperação. Na primeira deve-se procurar motivar o paciente para a fase seguinte, onde se busca reorganizar a sua vida, sem o uso prejudicial da bebida.
“A motivação do paciente para o tratamento é fator decisivo para o sucesso terapêutico. Existem muitos casos atendidos tanto pela Estratégia Saúde da Família quanto pelo Núcleo de Saúde Mental. Em geral, compareceu à Unidade para entrevista com médico de família, psicóloga ou psiquiatra nós abordamos o tema. O encaminhamento dado vai depender de cada caso e do grau de enfermidade. Pode ser indicado acompanhamento psiquiátrico e psicológico ou pode ser encaminhado para clínica de internação para desintoxicação e tratamento”.
No dia 18 de fevereiro começa a Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo. Palestras, debates, seminários e fóruns, atendimento psicológico para alcoólatras e seus familiares são promovidos em diversas cidades e hospitais para incentivar o combate ao álcool principalmente entre os jovens.
Saiba mais
* Um dos primeiros sintomas da dependência é beber de manhã;
* A ingestão de bebidas alcoólicas em excesso é o primeiro passo para as outras drogas;
* O Brasil detém o 1° lugar do mundo no consumo de destilados cachaça;
* Os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo;
* O álcool interfere no processo de concentração no trabalho e os alcoólatras estão justamente na faixa de maior produtividade do indivíduo - entre 25 e 45 anos;
* O álcool é responsável pela maioria dos acidentes de trânsito porque altera a percepção do espaço, do tempo e a capacidade de enxergar bem;
* O índice de câncer entre os bebedores é alarmante, quer por ação tópica do próprio álcool sobre as mucosas, quer por conta dos aditivos químicos, de ação cancerígena, que entram no processo de fabricação das bebidas.
Fontes: Wikipedia e Associação Brasileira de Psiquiatria.
Fonte: CASSI |