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20/06/2007 - A CRISE NO SENADO...
Com o pedido de renúncia do presidente do Senado, Pedro Simon busca uma saída para o desgaste que a instituição sofre com as denúncias contra Renan Calheiros. A crise política atingiu dimensões mais graves.
O pedido para que o presidente do Senado, Renan Calheiros, renuncie ao cargo, feito pelo senador gaúcho Pedro Simon – do mesmo partido do senador de Alagoas e voz de grande ressonância no Congresso –, agravou na tarde de ontem a crise política que se desenvolve em Brasília há três semanas. A manifestação de Simon em busca de uma saída ao desgaste que a instituição sofre com o escândalo elevou o impasse do plano partidário para dimensões mais graves, de ordem institucional.
Rapidamente, o presidente do Senado disse que não deixaria o cargo e que confia em sua defesa.
Os desdobramentos da crise estão atingindo em cheio o Senado da República, pois, apesar do tom dramático e contundente da defesa de Calheiros, os documentos e informações apresentadas não resistiram à investigação jornalística feita pelo “Jornal Nacional”, da rede Globo. O senador Jefferson Perez (PDT-AM), outra voz respeitada no Congresso, há mais tempo se fez ouvir, recomendando, igualmente, o afastamento de Calheiros da presidência do Senado.
Ontem, diante do impasse da inexistência de relator no Conselho de Ética, informava-se em Brasília que três senadores teriam rejeitado a função, após o afastamento, por motivo de saúde, do senador Epitácio Cafeteira. Nova avaliação está prevista para hoje, caso a Polícia Federal dê por encerrada a perícia dos documentos apresentados no Conselho de Ética.
A crise política, que anteriormente já era grave, adquire contornos ainda mais delicados, a partir da divisão entre os senadores sobre a necessidade ou não do afastamento temporário de Calheiros, até que se encerrem as investigações e votações no Conselho de Ética. Ontem, por exemplo, o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, manifestava, da tribuna do Senado, apoio a Calheiros, descartando a hipótese de afastamento.
Apesar do interesse demonstrado pela grande maioria dos senadores em encerrar o episódio com a maior brevidade possível, a crise vem se ampliando a cada dia. As manifestações dos senadores primam pela ótica do corporativismo, representada por três tentativas frustradas de arquivar o processo. Agora, outras vozes dissonantes na Câmara alta demonstram que o caso Renan Calheiros pode não ser encerrado tão rapidamente quanto inicialmente desejado e previsto.
Diante de desdobramentos imprevisíveis de uma crise que não quer acabar, recomenda o bom senso que a instituição do Senado Federal seja preservada da melhor forma possível. A divisão que começa a se moldar em Brasília aponta para riscos e suspeitas, ameaçando o que é mais importante: o levantamento da verdade sobre as denúncias apresentadas contra o senador Calheiros.
Fonte: A NOTÍCIA |