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02/02/2008 - BRIZOLA: UM EXEMPLO IMORTAL
Aderbal Lacerda da Rosa.
Mestre em direito pela Universidade de Barcelona/ticolacerda@gmail.com.
Se vivo fosse, Leonel de Moura Brizola teria completado 86 anos no dia 22/1. Sem sombra de dúvidas, foi ele o maior estadista de nosso País, um obstinado pela educação. Desde 1955, quando foi eleito prefeito de Porto Alegre, seu slogan de campanha era “Nenhuma criança sem escola”. Em dois anos de mandato, construiu 137 escolas públicas primárias para 35 mil alunos, colocando fim ao déficit educacional da capital.
Eleito governador do Rio Grande do Sul, em 1958, construiu 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios, abrindo 700 mil novas vagas para os estudantes e contratando 42 mil novos professores, eliminando também o déficit escolar de seu Estado. Em 1962, já com projeção nacional por ter enfrentado os golpistas em defesa da legalidade e da posse de Jango, foi em busca de seu maior sonho e candidatou-se a deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, obtendo 300 mil votos (1/3 do total), a maior votação alcançada por um parlamentar na história do Brasil até então.
Veio o golpe de Estado, em 1964, e Brizola foi exilado por 15 anos. Retornou em 1979. Golbery não permitiu que Brizola reassumisse o PTB e então ele fundou o PDT. Em 1982, candidatou-se a governador do Rio de Janeiro e, apesar de o Ibope lhe conferir 3% da intenção de votos e de tentarem fraudar as eleições (escândalo Proconsult), Brizola se elegeu governador.
Com o auxílio de Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, construiu 200 centros integrados de educação pública (Cieps) e posteriormente, quando reeleito governador, em 1990, mais 300 Cieps, nos quais as crianças carentes passavam o dia inteiro estudando, se alimentando, praticando esportes e com assistência médica e odontológica, só retornando às suas casa para dormir.
Infelizmente, a nossa “elite”, com sua típica mesquinharia e visão imediatista, não percebeu a grandeza e a importância da obra de Leonel Brizola e hoje clama por pena de morte, prisões de segurança máxima, redução da maioridade penal e fica apavorada com o grande índice de criminalidade infanto-juvenil da Cidade Maravilhosa. Brizola realizava e não roubava. Suas obras não precisavam de termos aditivos para enriquecer empreiteiras e seus comparsas.
Ao final delas, sobrava dinheiro, que era reinvestido em favor da população mais necessitada. Por sinal, não saía um tostão de dinheiro público sem que ele avalizasse. Obviamente que tamanhas austeridade e honestidade lhe renderam vários desafetos e traidores, que, ao chegarem ao poder e sentirem que não iriam se locupletar, criavam um impasse e pulavam para o “colo” de partidos “mais flexíveis” – moralmente falando.
Caso Brizola tivesse chegado à Presidência da República, e isso não foi possível por causa da “esquerda que a direita gosta”, como dizia Darcy, ou da “UDN que se apresenta de tamanco e macacão”, como disse o próprio Brizola, com certeza hoje estaríamos vivendo numa pátria com um índice de desenvolvimento social do nível de um país europeu, com tradição socialdemocrata, e não teríamos nos tornado essa nova colônia e este imenso cassino, onde só lucram os parasitas e especuladores, a custo do sangue e suor do povo trabalhador e excluído de tudo. Com Brizola foram enterrados os sonhos mais lindos dos que realmente amam e respeitam este País.
Comentário do Sindicato: Enquanto o Brizola é um exemplo, já o LULLA...Imagine a inveja do LULLA.. Nunca gostou de estudar...O Brizola deve estar se contorcendo todo, vendo tantas barbaridades, tanta corrupção, tanta falta de ética no Governo LULLA...
Fonte: A NOTÍCIA |