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04/06/2007 - AQUECIMENTO GLOBAL...
João José Leal , professor do curso de pós-graduação em ciência jurídica da Univali.
As últimas notícias sobre as mudanças climáticas em nosso maltratado planeta Terra são indiscutivelmente preocupantes. Se nada de sério for feito para estancar o violento processo de agressão à natureza, a Humanidade, ao que tudo indica, vai conviver com uma gigantesca catástrofe, já na metade deste século 21. E a espécie humana que, durante milhares de anos, resistiu às mais diversas mudanças climáticas, estará pagando um elevado preço pela imprevidência, pela ganância e pela destruição do ambiente que nos cerca e que é o grande responsável pelas condições essenciais da própria vida humana.
Pela insensatez dos homens, parece que o sertão nordestino vai se transformar num triste deserto, cemitério da ação destruidora dos homens.
Agora, as denúncias sobre a catástrofe ambiental estão no Relatório elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).
O sombrio diagnóstico das condições ambientais em nosso planeta - já num futuro próximo - é confirmado por cientistas de diversas nações do mundo. Portanto, estamos agora diante de informações científicas oficiais. Parece que vamos deixar um ambiente profundamente degradado para as próximas gerações. Elevação da temperatura média; escassez e poluição das águas e da atmosfera; desertificação de vastas regiões hoje ainda cobertas por florestas.
Para o Brasil, sempre visto como um paraíso terrestre, duas previsões preocupantes: desertificação do Nordeste e savanização de boa parte da região amazônica. O nosso Nordeste, que vem sofrendo um gradual processo de degradação ambiental desde que os portugueses aqui aportaram, virará um verdadeiro deserto. Pela insensatez dos homens, infelizmente, parece que o sertão nordestino vai se transformar num triste deserto, cemitério dos sonhos, dos delírios e da ação destruidora dos homens.
Mais do que nunca, o governo federal tem, agora, o dever de reexaminar as conseqüências do impacto ambiental que pode decorrer da implantação do projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Já questionado por muitos ambientalistas, o projeto pode representar um enorme desperdício de recursos públicos. O governo federal parece obcecado com a idéia de fazer a água correr pelas terras ressequidas do Nordeste brasileiro.
Quanto à região amazônica, foi eliminado o trecho que fazia referência à “savanização” de boa parte dessa vasta floresta, formadora de um ecossistema essencial à vida terrestre. Em sua versão original, o relatório indicava que, a continuar o aumento da temperatura média do nosso planeta e a intensa ação de desmatamento, grande parte da Amazônia vai se transformar numa região de cerrado.
Aqui também, e paradoxalmente, o governo federal, sem qualquer planejamento e estudo ambiental, está apostando pesado na idéia do biodiesel. As conseqüências já preocupam: aumento das fronteiras agrícolas de nosso País para o plantio de grãos destinados à produção de combustível automotivo. E os olhos dos novos homens do agronegócio financiado pelo dinheiro público já estão cravados nas terras da região amazônica.
Fonte: A NOTÍCIA |